terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ateneu de Coimbra celebrou 69 anos



O Ateneu de Coimbra cumpriu 69 Anos de existência com um almoço de confraternização nas instalações da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, tendo entregue medalhas de 25 anos de sócio e de 50 anos de sócio a alguns dos presentes.

Uma comemoração feita em grande fraternidade e sem a presença da PIDE como acontecia noutros tempos por ser este um espaço de liberdade e de luta contra o fascismo. Como refere Alberto Vilaça no seu livro "Tempos de Munda e de Mondego" (Calendário, 2007), "a nossa colectividade foi um foco de resistência anti-fascista. E por isso mesmo sofreu todas as formas de repressão fascista. Não só por isso, aliás: apenas, muito simplesmente, também porque na tenebrosa noite obscurantista que durante 48 anos nos esmagou brilhava estoicamente como um centro de cultura" (de uma intervenção em Dezembro de 1974).

Uma actividade que é, aliás, a marca d'água do Ateneu de Coimbra que, para além da sua extraordinária acção social e implantação entre os seus utentes, é conhecido pela actividade dos Xarabanecos (grupo de fantoches), os Diabo a Sete (grupo de música popular) e pelo seu grupo de percursão, os Rebimbómalho, entre outras muitas actividades como é exemplo o seu núcleo de campismo e montanhismo.

O Ateneu com a sua actividade cultural e social marcante no panorama conimbricense perseguiu sempre os mais elevados valores da liberdade, democracia, solidariedade e fraternidade. Como refere Vilaça, desde cedo o Ateneu de Coimbra tornou possível este trabalho (cultural, mas numa perspectiva de cidadania e consciencialização social progressiva) "a partir do trabalho de um primeiro grupo de estudantes progressistas e, logo depois,  de um grupo de operários e empregados igualmente imbuídos de uma capacidade organizativa e de uma consciência política que estiveram na base de toda essa dinamização e que (...) se vem prolongando" ao longo de décadas e de "diferentes gerações renovadas".

Nesse tempo, como refere, ser sócio do Ateneu dava direito a ter ficha na PIDE.

É divisa do Ateneu de Coimbra e verso de Camões:

A UM FIM TODOS CORREMOS E UMA ESTRADA COMUM IGUAL SEGUIMOS

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