domingo, 24 de janeiro de 2010

GRIPE A - O fedor de um negócio-burla gigantesco

A tranquibérnia

Por Henrique Custódio, jornalista

 

"Curiosamente, até ao momento apenas o Correio da Manhã noticiou o escândalo:

A campanha mundial contra a «pandemia da gripe A» já rendeu cinco mil milhões de euros aos grandes laboratórios farmacêuticos, com o pormenor de a «pandemia» não ter existido, pelo linear facto de... ter sido inventada.

A acusação surge do próprio presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, o alemão Wolfgang Wodarg, ao afirmar que a campanha da «falsa pandemia da gripe, criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros institutos em benefício da indústria farmacêutica, é o maior escândalo do século em Medicina».

Este médico alemão é também responsável pela proposta a ser debatida com carácter de urgência no Conselho da Europa no próximo dia 25, alegando o exagero da OMS sobre os perigos da gripe A.

«O Conselho da Europa», acrescentou Wodarg, «vai organizar um debate sobre a influência da indústria farmacêutica na OMS e, posteriormente, serão informados dos resultados 47 parlamentos da Europa».

Os pormenores da tranquibérnia são avassaladores. António Vaz Carneiro, Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, afirmou ao CM que os organismos científicos internacionais «reagiram de uma forma política, numa situação lamentável».

E pormenoriza: «A OMS avançou com a possibilidade, muito reduzida, de haver 71 milhões de mortos no Mundo [vítimas da gripe A]. A verdade é que até hoje morreram 12 mil no Mundo. Valor muito abaixo da gripe sazonal, que só em Portugal mata dois mil por ano». E esta monumental «previsão» da OMS, de que o Inverno faria 71 milhões de mortos no mundo com a gripe A, ainda por cima foi apresentada como uma «possibilidade reduzida», deixando no ar o terror de uma mortandade dantesca.

O que abriu caminho, obviamente, a que a generalidade dos países desenvolvidos (os únicos com dinheiro para gastar) se lançassem numa

corrida à vacinação em massa. As consequências são conhecidas, embora não haja, curiosamente, alarde do caso na comunicação social: as populações começaram a esquivar-se à toma da vacina ao verem os corpos clínicos e de enfermagem a dela também se furtarem; o Inverno, que traria uma mortandade de peste medieval, afinal parece que só «matou» o vírus da gripe A e, de repente, a Alemanha viu-se a braços com 25 milhões de vacinas excedentárias, a França com 50 milhões, a Espanha com 24 milhões, a Holanda com 19 milhões e a Suíça com 4,5 milhões (falando só de alguns casos), o que ao módico preço de 7,5 euros por dose dá uma batelada de milhões de euros deitados à rua, ou, melhor dizendo, lançados nas

contas das grandes empresas farmacêuticas, cujos lucros também já estão devidamente contabilizados:

Até ao final deste 1.º trimestre de 2010, a Novartis vai embolsar 428 milhões de euros, a Sanofi 786 milhões, a Roche 1200 milhões e a GSK (norte-americana) uns módicos 2642 milhões.

Tudo graças a uma «pandemia» impingida ao Mundo a contra-relógio por entidades tão responsáveis como a Organização Mundial de Saúde e o Centro de Controlo de Doenças dos EUA e que são, nas palavras do Prof. Vaz Carneiro, «os grandes responsáveis por criarem um pânico infundado» com a gripe A. Aliás, tal como já haviam feito «com as vacas loucas e a gripe das aves»...

Na verdade, a grande pandemia que o Mundo enfrenta é mesmo o sistema capitalista que, obscenamente, até já doenças inventa para multiplicar

os lucros. »

 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Artigo DN

Escolas apostam em aulas sobre violência doméstica

Concurso da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género vai ser alargado a todos os graus de ensino e implica a abordagem dos temas de violência para evitar o 'bullying' .

Consulte o artigo completo em: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1475955

Comentário:
Importante. Procurar em www.fenprof.pt, em igualdade entre homens e mulheres. Trabalho importante da Comissão deve ter continuidade nas escolas.

Artigo DN

Professores portugueses têm dos horários mais carregados

Segundo o relatório 'Education at a Glance 2009', da OCDE, professores nacionais passam mais tempo nas escolas do que média da UE e OCDE. Apesar de calendário mais curto.

Consulte o artigo completo em: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1476019#areacomentarios

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Haiti nas mãos dos Estados Unidos da América

Por Bill Quigley, no Huffington Post (USA)

 

construíram abrigos baratos nas colinas. Os fundos internacionais para estradas e educação e saúde foram suspensos pelos Estados Unidos. O dinheiro que chega ao país não vai para o governo mas para corporações privadas. Assim o governo do Haiti quase não tem poder para dar assistência a seu próprio povo em dias normais -- muito menos quando enfrenta um desastre como esse.

Alguns dados específicos de anos recentes.

Em 2004 os Estados Unidos apoiaram um golpe contra o presidente eleito democraticamente, Jean Bertrand Aristide. Isso manteve a longa tradição de os Estados Unidos decidirem quem governa o país mais pobre do hemisfério. Nenhum governo dura no Haiti sem aprovação dos Estados Unidos.

Em 2001, quando os Estados Unidos estavam contra o presidente do Haiti, conseguiram congelar 148 milhões de dólares em empréstimos já aprovados e muitos outros milhões de empréstimos em potencial do Banco Interamericano de Desenvolvimento para o Haiti. Fundos que seriam dedicados a melhorar a educação, a saúde pública e as estradas.

Entre 2001 e 2004, os Estados Unidos insistiram que quaisquer fundos mandados para o Haiti fossem enviados através de ONG's. Fundos que teriam sido mandados para que o governo oferecesse serviços foram redireccionados, reduzindo assim a habilidade do governo de funcionar.

Os Estados Unidos têm ajudado a arruinar os pequenos proprietários rurais do Haiti ao despejar arroz americano, pesadamente subsidiado, no mercado local, tornando extremamente difícil a sobrevivência dos agricultores locais. Isso foi feito para ajudar os produtores americanos. E os haitianos? Eles não votam nos Estados Unidos.

Aqueles que visitam o Haiti confirmam que os maiores automóveis de Porto Príncipe estão cobertos com os símbolos de ONG's. Os maiores escritórios pertencem a grupos privados que fazem o serviço do governo -- saúde, educação, resposta a desastres. Não são guardados pela polícia, mas por segurança privada pesadamente militarizada.

O governo foi sistematicamente privado de fundos. O sector público encolheu. Os pobres migraram para as cidades. E assim não havia equipes de resgate. Havia poucos serviços públicos de saúde.

Quando o desastre aconteceu, o povo do Haiti teve que se defender por conta própria. Podemos vê-los agindo. Podemos vê-los tentando. Eles são corajosos e generosos e inovadores, mas voluntários não podem substituir o governo. E assim as pessoas sofrem e morrem muito mais.

Os resultados estão à vista de todos. Tragicamente, muito do sofrimento depois do terramoto no Haiti é "Feito nos Estados Unidos".

 

Fonte: Huffington Post,

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Salário médio abaixo de 900 euros

O salário médio dos trabalhadores em Portugal fixa-se nos 894 euros

O salário médio em Portugal situa-se actualmente nos 894 euros. Pode parecer muito para os 341 mil portugueses que no ano passado recebiam os 450 euros do salário mínimo, mas para a classe média esse valor fica muito aquém da média da Europa a 15.

De acordo com as últimas estatísticas disponíveis no Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, a remuneração base média mensal bruta em Outubro de 2008 fixou-se nos 894 euros, não se prevendo que em 2009 o montante tenha disparado. Em Espanha é quase o dobro: 1538 euros. Os números revelam ainda que o número de portugueses a receber o salário mínimo disparou dos 4,5 por cento em 2005 para os 7,4 por cento da população activa portuguesa em Outubro de 2008. Neste ano, o único aumento real só acontece neste campo, com a subida para os 475 euros de ordenado mínimo. Tirando esse grupo, a palavra de ordem para 2010 parece ser estagnação (ver caixa).

Quem lida com dinheiro é quem mais recebe, segundo as estatísticas oficiais. Os trabalhadores do sector financeiro têm um ganho médio mensal de 2185 euros, seguidos dos que trabalham na produção e distribuição de água, luz e gás, que auferem mensalmente 1685 euros. Os empresários do alojamento e da restauração são quem paga menos, com empregados que recebem cerca de 695 euros. Mais de 14 por cento dos empregados desta área recebem apenas o salário mínimo. A Saúde e a acção social, juntamente com a construção, completam o rol dos que menos pagam pelo trabalho.  


ARMÉNIO CARLOS Membro da CGTP  
"Estamos na cauda da Europa"  

Correio da Manhã - As perspectivas económicas para os portugueses em 2010 são negativas?

Arménio Carlos - A única solução para melhorar a condição dos portugueses é aumentar o poder de compra, que este ano vai ficar congelado. Para possibilitar esse aumento só há uma maneira, que é subindo os salários e as pensões.

CM - O patronato garante que não tem condições para aumentos. Concorda?

AC - Essa é uma estratégia retrógrada usada pelos patrões neste País. Bastava que aceitassem dividir um pouco mais dos lucros com os trabalhadores para o nível de vida de todos melhorar substancialmente.

CM - Um salário médio abaixo dos 900 euros é um sinal negativo da economia nacional?

AC
- Mostra que estamos na cauda da Europa e que continuamos a divergir. Mas isso resulta de problemas estruturais que nenhum Governo quer discutir.  


Poder de compra congelado em 2010  

Este novo ano não vai trazer muitas mudanças: os salários não terão grandes subidas e as pensões sobem no máximo 1,25% nos escalões mais baixos, deixando de fora todos os reformados com direito a mais de 1500 euros. Mas o que muda não é positivo: o poder de compra passa a estar congelado.

O patronato não está muito disponível para aumentos acima do um por cento. Isto nos sectores em que existe essa vontade. Têxtil, calçado e sector automóvel são apenas algumas das áreas em que os empregadores querem o congelamento salarial. Com uma inflação prevista pela Comissão Europeia para Portugal entre 1% e 1,5% este ano, estas subidas significam que não haverá aumento real do poder de compra. Isto depois de em 2009 mais de 2,7 milhões terem beneficiado, em média, de um aumento de 3,6 %, entre funcionários públicos, pensionistas e trabalhadores do sector privado, segundo dados do Banco de Portugal.

Relativamente aos reformados da Administração Pública, o plano para 2010 já está traçado. O Governo aumenta até 1,25% as pensões até 630 euros e 1% entre esse valor e os 1500 euros. Ficam congeladas as pensões de 200 mil pensionistas. No que se refere a aumentos, o valor de referência para o Governo é o da inflação. Valores muito distantes da subida salarial conseguida em 2009 na Administração Pública (2,9%). Contudo, muitos economistas, como Silva Lopes, César da Neves e Miguel Beleza, e ainda o fiscalista Medina Carreira, são unânimes em afirmar que os salários da Função Pública não devem ter aumentos.